25 de junho de 2010

Memória de pássaro branco na janela

Em uma memória de pássaro branco na janela, voa peregrino, um certo pensamento, um pouco refletido. O pássaro se prepara nitidamente para voar, o coração anuncia a partida, e a saudade será notória, mas o pássaro não consuma. O olhar enigma, as cores somem, o homem é brando e paciente, espera anoitecer vagamente, seu manto branco com cheiro bom, sua pele limpa, humana...
O pássaro...
A janela...
Todos ali presentes.
Um sistema melhor sobre vida parece ser evidente, mas o pássaro...
Quem sou eu, essa pessoa melhor, que finge existir em mim, parece muito mais calmo e brando, cheio da cor branca, e branco é uma cor
E a cor não é nada.
E a ausência é elemento.
E quem seria eu no breu de cores luminosas, brancas, quem seria eu em uma floresta de abajur, ou um mar de anoitecer.
E a andorinha o que pensa?
Estou evidenciando uma inconstante em mim, e percebo que as palavras não são minhas, e os sentimentos não estão claros, e perceberei depois que são os mesmos, e eu ainda sou eu, sem saber quem eu sou.
Um homem faz sexo e sente prazer, e na existencialidade dessa pessoa, ela aparenta nunca ter feito, ela aparenta não exatamente imaculada, mas sim uma incoerência de ser agredido por sexo, ser violada por coisa boa de sexo, e essa pessoa especifica sua injuria pelos laços e fios bem traçados de pente, e talvez seja um romântico em potencial, ou um amante sem recíproco igual, ou eu num sei o que é sexo, e o sexo significa menos do que deveria, e isso eu tenho quase certeza, mas esqueço sempre.
Agora é só sono mesmo, nada de dúvidas sobre a existência significante de mim, só sono mesmo.