20 de abril de 2012

Indiferença de infinda beleza ou Novelo

Indiferença, os meus novelos e as sete bilhões de pessoas do mundo, que grito seria este?

Cordas. De meu canto, embaraçadas e um grito, o teu sufocado grito meu, minha emoção é um peso pior nesse momento e eu não sei se o posso carregar.

Alguma coisa que me adentra esconderijos, se rasteja por baixo da porta, que sussurro é esse grito que ouço ao longe, querem me atrapalhar os sonhos, um grito agudo e sussurrante de realismos, me dispo, minha ternura é um feto, alieno e tenebroso, meu infindo futuro sem cor, meu futuro em sépia e outras cores menos.

Minha luz, tímida de hábitos, meu interior e o intestino que tenho, que grito me nocauteia esta noite?

O meu sono é fino como teia de aranha, tuas oito patas me perseguem e eu tenho um medo de infinda beleza, meu medo se dissipa como ventanias e se espalha furioso preenchendo salas e antessalas, que grito sossegado? Quantos centímetros tem a lua?

Que vagar solene me entende o futuro, em pátio e brisa, persegui a cada instante este sonho, e não relembro como se acorda, pesadelo meu, tenho ciência agora, do sépia e suas infinitas cores, pesadelo, agora vejo como não via antes. E a tua grandeza.

Teus gritos solitários e um morrer de muitos, uma devastação solene de egos, e eu perco movimentos, profecia que me apaga. E a tua infinda grandeza.

[espaço]

Marília doce e feminina era feliz e não sabia, como de costume se descobriu oposta depois do mar, levou. O mar e a sereia que nele habita giganta. E tua, incomensurável beleza.

[espaço]

Grito infinito e distinto, solene e quieto, porquê não ouvem? Porquê ninguém se anuncia?
Demons e Alienos se apossam de meus desejos em forma de novelo.

[espaço]

Marília passa os dias e as noites, vagando areias e dizendo calma e infinita para si, "morreu, morreu”.

[espaço]

Loucuras e o grito que me possui, e eu corro nua na noite e o breu, eu sou a noite e o mar e as estrelas que infinitas cruzam-se, destinos e o sonho que tenho.

Meu pesadelo e a cruz que aguento quieto.
Tênue a veia a luz ao olhar e a testa, minha testa molhada de sangue lagrima suor e chuva, minha testa, que grito solitário é este?

Que movimento, arrepio e compasso, que derivadas esquinas me encontro, qual o meu nordeste?

Como recuperarei meu novelo inteiro, e o meu acordar deste pesadelo.

[espaço]

Marília se planeja afogamento, a cada dia que passa, seu passar de tempos é um grande planejamento de morte, sua temperatura é o mar, o sal de sua boca se mistura com sussurro que me grita, morreu, morreu.

[espaço]

Sereias do mar penteiam-se em pedras polidas e musgo e vento, eu vejo de relance a minha profecia e o cantar de baleias, percebo com ecoares que o grito é solitário e o meu movimento é de mansidão. Mar beijando areias, mar, estrelas que eu imaginei no luar e sua imensidão e grandeza, me toma, me engole, me leva, quero a existência outra, quero me manter espírito, quero derreter de sopros e ver que o som que ouço gritar me chama.

Morreu, morreu. E a indiferença que vivo, o novelo que tento, desfazer.

Não gosto

Que grito será este? Que me atormenta passados inteiros.
Eu vou te contar que você não me conhece, eu sei que eu tenho um jeito...
Meio estúpido de ser. Agora, eu me dispo ... Eu quero que você me veja nu.

Eu não acredito em mais nada; Que grito será este? De passados inteiros. Que grito?

Não quero só ficar bem na foto, quero dizer à que vim, mesmo que isso custe revelar coisas que não gosto em mim, você sabe, eu aprendi demais, quero dizer à que vim, mas, que grito será este? Cresci sobre um teto sossegado, eu vou te contar que você não me conhece.

[Câmara de ecos]

... O Mar beijando areias.
Céus, lua cheia que cai no mar.
Uma, estrelinha, solta no céu ...

[Câmara de ecos]

Mar sem fim, tua beleza aumenta quando estamos só.
Tua voz segue o mais secreto bailar dos sonhos.
Grande correnteza de lágrima e feridas sem fim.
Plantei em meu sertão sementes de mar.

[Câmara de ecos]

Youth Knows No Pain.
Não sou bom de pulo e cada dia mais me aproximo de um fundo.
Que grito será este?
Apertou-me o coração, e eu ia morrer agora, senti uma lagrima recequenta pular de mim e eu não sou bom de pulo, não é a primeira vez que morro por dentro. Que pérolas terei eu? Que grito, será este?

Alguma coisa grita sussurros em mim.
Alguma coisa...
Alguma coisa entrou por debaixo da porta.

Descobri meu suicídio principal, infinito, como meu medo, quando me perco de existir, e sou triste, releio-me inteiro, cada frase; Me construo um resumo melhor, como borboletas brancas, meu voo é sutil e quieto.

Agora.
Depois, só depois, sentia o corpo, como tinha que ser, eu quero que você me veja nu, eu me dispo, eu me dispo da notícia, e a minha nudez parada, te denuncia, e te espelha, eu me relato
Eu sei que eu tenho um jeito estúpido de ser. Eu vou te contar que você não me conhece. Metade de minha alma é feita de maresia.
O mundo é o mar.


[Câmara de ecos]

[...]


Não, voltarei aqui para falar novamente.
Eu vou lhe contar, você, não me conhece, meu coração alimenta uma tristeza infinda, minha existência, uma corda, mais fina que um fio de cabelo, uma corda de canto e eu quero lhe apresentar o meu canto, e eu quero que você me veja a mim, sei que eu tenho um jeito...

Jovens não conhecem a dor.

[Câmara de ecos]

Caminhei novamente para beira-mar.
Me tomei por cólera.
Tinha um pouco de medo para morrer.

[Câmara de ecos]

Não quero só ficar bem na foto, quero dizer à que vim.
O feio tenta ser bonito com sabão e água.

Tenho um pouco de medo para morrer, mas minha vida está em outro entendimento.

[Câmara de ecos]

Cresci sob um teto sossegado, e não acredito em mais nada, qual meu sentido ultimo?
Não me importo, não gosto.
Que grito será este?