6 de novembro de 2008
Ouro
O fato dentro de mim é a necessidade de se extrair a alma e a mente do lado do cérebro, separar essas duas do racional, substituindo a matéria por uma existência completamente superior a atual, algo mais surreal que remete a sombra e luz, o desmembrar-se de si mesmo para dar vazão a uma amplitude igualmente complexa e intensa, porém mais coerente, a luta agora é interna e não mais externa, só poderei reconhecer o reflexo de mim no espelho quando compreender perfeitamente o significado dos espasmos pessoais, o significado daquela filosofia que me para o tempo, e me faz pensar a real existência das coisas, a notória exaustidão de ser monótono, mas que todos encaram como necessário e normal, a covardia do ser em mudar o ruma por completo, virar do norte para o sul por simples vontade, a luta é desfazer-se dos sentimentos e das vontades para encontrar um sistema mais coerente de sentimentalidades, desprender-se de si mesmo e da estética vã, para enfim chegar ao extremo sólido e também surreal que se torna o ser ao caminhar pelo vão que é o existir-se por si só e o existir para o outro, é um praticar de egoísmo natural que nos traz o que nos é real e completante, a vontade incomum de estar vivo e mesmo que esteja só, estar vivo para si mesmo!
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