E eu acho que estou bastante sozinho em um mundo de tantas coisas, bem satisfeito eu diria, mas não digo,resta o bem sozinho, bem eu mesmo, sem nenhum principal, sem nenhum importante, sem alguém por quem eu daria a vida, e o amor, e meu corpo, além de mim, e de mim, e de mim, sem um mundo de pessoas a minha volta, a quem eu daria, a vida, o amor e o corpo, e o doce sabor do corpo, e de mim, sem você, só eu e eu e eu e eu, com o doce sabor.
Sem palavras novas, sem sinais e signos, só eu, só eu, só eu!
O diabo pega os novelos de vida que sobram de mim, e faz casacos imensos, e não tenho com quem dividir o frio cru, no calor de mim, bem dentro, quente, tépido, ou morno, ou vazio, mas dentro, e eu frio, por fora, só eu bem frio, e nada para ser comigo um só, um mundo de personalidades, um mundo de fotografias, sobra só eu de verdade, o eu estranho e confuso, o eu, o eu, o eu, e só eu. Nesse grande e comprido mundo de gente em volta de gente e mais gente que cuidaria um do outro, um do outro cuidariam, amariam, beijariam, agasalhariam, mas não cuidam, não amam, não cuidam, rodam tontos de casaco cru, e frio, sem um, sem outro, não amam, não cuidam.
O diabo coleta o fio de mim, o ultimo deles, e o que sobra é eu de mim, sem fio, sem leito, sem cama, e você não esta para me contornar, não esta para mim, não esta para nada, nem para ninguém. Só esta você aí, como se fosse importante planta verde e venenosa. E eu também não estou, nem para mim, estou menos dentro de mim, e um pouco fora do mundo, mas são fios de lã, novelo por novelo, coletado e amarrotado, na cova do diabo.
Depois de guardado na velha cesta de vime, na velha caixa de sapatos, sobra nada ou menos que isso, e permaneço sozinho, sozinho, sozinho, bem dentro de mim, de mim, de mim, junto com eu, com eu, com eu; sem fio sem nada.
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