Sinto aquela necessidade de pintar os panos de azul celeste...
De melhorar o mundo, e mudar as fotos, sinto aquela vontade única de ser único, o tempo todo, mas a vontade não passa de vontade, ela nunca deixará de ser isso, e eu sinto muito, muito mesmo!
É um sentimento dentro e seco, pesado, e opaco como gesso, pesado mais que gesso, mas nem tanto como concreto, pesado, sem sentido e som e fala, o gosto perde-se na boca, a sede é estranha, eu me perco, parece sono ou dor de cabeça, mas não é nunca, e é só uma estranheza de ser, ou de estar sendo, uma estranheza que vem quando tudo parece bem, e talvez esteja, talvez esteja tudo bem, mas nem sei se esta, sei que esta estranho e embaçado e eu sinto coisas e coisas se sentem em mim...
Mas ninguém me sente tanto assim, ninguém me percebe coisa, me percebe aquilo, ou outra coisa, que nem é eu mesmo, coisas estranhas estão acontecendo, e eu sinto uma perde de controle da situação, mas eu perdi-me em mim, e a situação não existe, e talvez tudo esteja normal, tudo comum, mas não me lembro como é estar tudo normal e comum, não me lembro como é sentir o cheiro das coisas comuns, e eu até já me esqueci muito de mim.
Quando me lembro de mim, me assusto muito, e as coisas parecem rodar, e rodam como se não houvesse nada para pará-las, e um giro continuo e barulhento, com som mecânico e físico de coisas girando fortes e bem equilibradas no giro, sem volta, girando sem fim, e então eu me esqueço muito do que estava me lembrando, esqueço completamente das coisas que tanto fico pensando, as teorias mudam, e o meu eu desequilibrado volta a ser considerado.
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