Solto minha
âncora, e aqui é onde eu vou ficar.
Turbulentas
correntes e sereias.
Sereias
gigantas, alienas.
Meu filme de
terror continua, não sei mais onde se encontra o sussurro que me trouxe aqui.
Armei uma
barraca em meio ao mar, desci minhas correntes e instalei minha ancora e fiz do
nada o meu porto seguro, de águas infinitas, o meu olhar é uma solidão de
tempos e o frio que sinto, gelar-me o osso, nunca me mata, o mar um dia tépido
e quente ao mergulhar, me é hoje, uma baia de mansidão gélida e distante
Desci minhas
correntes em pleno acostamento d’água e mergulhei no mar de asfalto, e
percebi-me não vingado, perdi meu novelo e o meu destino raro, me sucedi
atropelamento fútil.
Quero que
seja claro o meu estar de estrelas e o movimento que tenho e sinto de uma corda
que me pendura
Minha pesca
não tem frutos, as carpas me enojam, e eu não como pedras, meu alimento é o
sofrer que tenho, meu derivado movimento não é mais humano, eu não sou mais um
dos seus seis ou sete, não sou mais um dos seus numerais, eu não sou nada, e
como nada eu me encontro melhor, minha filosofia é outro entendimento, e eu sou
mais peixe do que jamais eu fui em todo o meu existir.
Sou pior que
as sereias de seus sonhos, sou giganta, os levo para o fundo do mar.
Eu não posso
parar, minha caça existe e eu a planejo manter.
O grito é
meu, eu sou o grito que te tinha levado, eu sou o grito que te sussurra todas
as noites, sou giganta, e te levo.
Meu
esconderijo de pedras é desequilíbrio de estar, e eu sou uma caça também, teu
novelo e o meu canto se misturam e o desembaraçar de serpentes que meduzeiam
minha virada, eu te olho e você se manifesta suspiro.
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