29 de novembro de 2008

Histórias de Adriana e Regininha

Regininha sempre anda com uma bolsa enorme cheia de coisas, maquiagem, perfume, cachimbo,, não sei ao certo o que Regininha faz com o cachimbo, mas ela tem, Adriana, ao contrario, sempre anda com uma bolsa pequena e com o minimo de coisas, pois é raro ela chegar em casa com todos os acessórios, ela sempre perde algo, geralmente é o brinco ou a calcinha!

15 de novembro de 2008

A sensação doce do som

Quando canta pende tonto de um lado ao outro, como que se estivesse sujeito a uma brisa, a um vento vazio que vem comum nos olhos, e por isso os fecho, sinto vibrações internas, não só as que caminham da garganta e guela, todas aquelas, que arrepiam os pelos dos braços da nuca, franze a testa, e marca os pontos da bochecha com o que se tem por sorriso, aqueles pequenos sinos anestesiam os ouvidos calmamente, até que entremos todos em transe, profundo e inesperado, sentimos dali um lirismo comportado e ousado, dos que se tem no chuveiro quente, só a água, só ela pode se aproximar de tais sensações, com delírios e luzes foscas, só a água, e quente, tem de ser quente, são todos quentes, até o gelo, até o frio, aquece. E termina tudo, onde tem que acabar, no final.

10 de novembro de 2008

histórias de Regininha

Regininha gosta bastante de tricotar, porém ela não tem muita habilidade para isso, uma vez ela tricotava um cachecol e por não saber finalizar continuava tricotando, quando o novelo acabava ela emendava em outro de cor completamente aleatória, isso rendeu seis ou sete metros de tricô, como já estava cansada e entediada, pois tricotava o mesmo cachecol à meses, decidiu então que finalizaria de alguma forma, foi aí que ela teve a idéia criativa de amarrar conchinhas em cada ponto, assim não desmancharia, mas de fato, se tivesse se desmanchado, não faria a menor diferença, afinal, o que mais tinha no cachecol era buracos. As conchinhas eram de um passei no balneário de Saint-Tropez, ou era em Santos, não me lembro, sei que naquele dia Regininha sumiu e voltou no dia seguinte com a bolsa cheia de conchas.

histórias de regininha

Regininha tinha um certo complexo com sua altura, ela era um tanto baixinha por ser descendente de orientais, media exatos 1,75 enfim, em um desfile, Glayce que não era tão maior que ela a ofendeu chamando-a de limpadora de aquário, Adriana tomou as dores e foi em sua defesa estapear Glayce, de fato não me lembro como foi a luta, pois em momentos de frenesi eu apago, só sei que ao fim de tudo Glayce chorava e escondia com uma bolsa de gelo o olho roxo, Regininha havia sumido.

histórias de Adriana

Eu estava conversando com Regininha sobre o aquecimento global, e como sempre nesses assuntos, Regininha mostrava-me um conhecimento amplo e variado. Nossa conversa estava indo adiante do plano normal e já estávamos completamente dentro da discussão quando erramos em pedir a opinião de Adriana, que bebia uma garrafa de vinho francês, Adriana disse em tom sarcástico, frio e embriagado. – No mundo da moda, pensar não pega bem! Perdemos completamente o rumo da conversa e fomos ler as tabelas nutricionais das coisas mais próximas que tínhamos no momento, Adriana continuava a beber a garrafa de vinho.

6 de novembro de 2008

Ouro


O fato dentro de mim é a necessidade de se extrair a alma e a mente do lado do cérebro, separar essas duas do racional, substituindo a matéria por uma existência completamente superior a atual, algo mais surreal que remete a sombra e luz, o desmembrar-se de si mesmo para dar vazão a uma amplitude igualmente complexa e intensa, porém mais coerente, a luta agora é interna e não mais externa, só poderei reconhecer o reflexo de mim no espelho quando compreender perfeitamente o significado dos espasmos pessoais, o significado daquela filosofia que me para o tempo, e me faz pensar a real existência das coisas, a notória exaustidão de ser monótono, mas que todos encaram como necessário e normal, a covardia do ser em mudar o ruma por completo, virar do norte para o sul por simples vontade, a luta é desfazer-se dos sentimentos e das vontades para encontrar um sistema mais coerente de sentimentalidades, desprender-se de si mesmo e da estética vã, para enfim chegar ao extremo sólido e também surreal que se torna o ser ao caminhar pelo vão que é o existir-se por si só e o existir para o outro, é um praticar de egoísmo natural que nos traz o que nos é real e completante, a vontade incomum de estar vivo e mesmo que esteja só, estar vivo para si mesmo!

5 de novembro de 2008

Histórias de Adriana

Certa vês estávamos indo ao aeroporto, Adriana e eu, Regininha havia sumido como de costume, íamos para Miami a trabalho, no saguão do hotel onde fechávamos a conta, Adriana teve um surto e resolveu ir ao stylist hair para mudar o cabelo, pois o laranja já não lhe agradava, eu disse –não temos tempo, mas é claro que não tive escolha a não ser ir , e Adriana coloriu de azul em fim chegamos em Miami, Adriana arrebatava um sucesso incrível com seu novo cabelo, nos deparamos com um calor infernal, tínhamos aquela tarde de folga então resolvi ficar na piscina, Adriana na quis molhar o cabelo, se refrescava então com um Martini duplo, ela de fato misturou um poço de vodka e tinha uma garrafa de vinho do lado,, eu só fiquei na limonada suíça, Adriana me disse que a única coisa que ela definitivamente evitava beber era coca-cola, por causa da celulite, uma preocupação no mundo da moda, em dias de desfile, Adriana teima em beber 3 litros d’água, enquanto Regininha como azeitonas, Adriana a alertava que uma ou duas azeitona seria o ideal, mas dois ou três potes de azeitona surtiria um efeito inverso.

3 de novembro de 2008



eu coloquei os panos ao léu , coloquei as cores, as sete cores, esse é meu mundo, estou preso a ele, meu futuro é incerto porém é esse, tenho trilhado cada passo desde esse dia, desde aquele dia, e desde aquele outro dia, não importa qual, coisas diariamente tem que acontecer para que a vida tenha sentido, nem que vc espere o sol nascer na varando com seu melhor amigo, ser feliz é uma questão de tempo.

sonhos



Retratado aí um sonho, daqueles que se sonha dormindo, e não os acordados, sonhos dormidos pesam mais, vão mais além, enquanto os que temos acordados, se distrai com a realidade teimosa que nos rodeia. Nada consegue nos impedir definitivamente de sonhar, a não ser nós mesmos, nossa conscientização da realidade, nosso apego a lucidez. Nossos sonhos geralmente são presos, geralmente por barreiras resistentes e firmes, é rubro a força que tem nossa barreira, os sonhos mesmo sendo nítidos e fortes, são frágeis ao vermelho intenso de nossos próprios pensamentos, nossas desilusões e limitações.

porquê te quero!

diz que veio a trabalho, diz que vem desfilar... segue sampa como seu novo mundo, venha morar comigo, te dou meu amor e minha cama. vc é bem vindo, arranje as passagens e venha, sinto necessidade de ti, és meu equilíbrio, sem ti não vivo direito, sem ti vago tonto pelo vão do ser ou não... venha meu amor, por que estou te esperando a semanas, diga que venha, arranje uma desculpa e largue de vez essa sua vida comum e confusa, venha me amar e ser meu único amor... vem.

o som

o som sai simplesmente das caixas, mas é os lábios da tela que se movem, enganando o público que assiste tonto a boca mexendo vazia, se não é a imagem, temos a falha impressão de que nada vale o som, mas é o extremo oposto, a imagem não se vale tanto, afinal, delas se tem muitas por aí de graça ou não, o som digno de aparatar teu ser para uma nova existência, que corresponde tonta e óbvia ao que se é por dentro, esse poder é talvez único de um som.

a minha circunstância

Você poderia me perdoar por não ter podido escolher? Poderia esquecer as coisas como elas são, e olhar um pouco menos? Poderia passar por mim sem virar o pescoço? sem se assustar? será que você conseguiria, será que você conseguiria não me notar, se notar, pode dizer oi, sorrir, eu sorrirei também, mesmo estando com um péssimo humor, sorrirei, não vou tentar agradar você, mas sorrirei, não vou me vestir para que você se sinta bem, se você me ama, olhará para mim e enxergará mais que uma fantasia, mas se não conseguir, não se condene, eu te entenderei, as coisas difíceis e incompreensíveis da vida são muitas, eu sou mais um, só mais um!

a minha circunstância.

a gente geralmente só faz a metade do que pensamos! se fossemos mais honestos conosco, mais fiéis as nossas vontades, talvez estaríamos mas satisfeitos, mais realizados, ou então estaríamos completamente decadentes, mas de fato queria me livrar desse equilíbrio que me sustenta oco e comum!

Histórias, Rússia

Estávamos Adriana e eu saindo do hotel quando Adriana sentiu a necessidade eloquente de comprar botas, eu obviamente que a alertei o fato de não termos tempo, ela insistiu e claro fomos as vitrines, ela adquiriu um belíssimo par vermelho de 3.000 dólares que fez estrondoso sucesso no aeroporto, mas estávamos indo para Rússia, e sempre na Rússia Adriana entra em depressão, encontramos Regininha depois de três semanas dentro do avião na primeira classe, ela sustentava um belo sorriso, Adriana já estava um tanto seca e não via a hora de bebericar um Martini ou um pro seco ou os dois.
Durante a viagem acordei ouvindo alguns gritos de Adriana, a comissária teimava em não deixar a garrafa de rum, mas o escândalo não durou muito tempo, já havíamos chegado na fria Rússia. Conversava com Regininha sobre aquelas torres coloridas que não podíamos deixar de ver e claro tirar fotos, mas não tínhamos tempo.
Lembro-me uma vez no metrô, Adriana e Regininha e eu, foi um dia longo aquele, uma das poucas vezes que pegamos metrô e foi na Rússia, Adriana fica um bocado deprimida na Rússia, talvez porque a vodka é mais forte lá, mas enfim, Regininha pra variar tinha sumido e Adriana num surto psicótico e depressivo decide se atirar nos trilhos, eu tento impedi-la e as pessoas se afastavam, o tumulto foi tanto que nem me lembro os detalhes, em situações extremas eu perco a noção do “tempo/espaço”, enfim, quando já estávamos sendo acalmados pelos guardas Regininha aparece e eu a questiono é claro, ela diz com uma cara langda e ingênua que estava no banheiro, e de fato eu a vi saindo do banheiro, mas era o masculino e eu digo isso a ela, mais uma vez sonsa e feliz me responde, eu sei!
Definitivamente não tivemos tempo para fotos daquela vez!

Histórias de Regininha

Regininha estava um tanto atônita e desconcentrada, eu falava com ela, mas ela não tinha as reações esperadas, eu a questionei os fatos ela me disse simplista. -Estou um tanto emocionada hoje. Eu não me satisfiz muito com a resposta e queria saber o que a emocionava, mas Adriana acabara de chegar, estava um tanto decrépita e como sempre roubou a cena.